quarta-feira, 30 de maio de 2018
O Brasil é conhecido atualmente como o país que abrange uma das mais ricas biodiversidades de anfíbios e répteis do mundo, contando com aproximadamente 1080 e 770 espécies, respectivamente. Ser reconhecido mundialmente por isso é motivo de orgulho e satisfação para muitos de nossas terras tupis, no entanto exige enorme responsabilidade. Estudos recentes revelam que mais de 500 dessas espécies são exclusivas do nosso território e que, além disso, sofrem com a ameaça de extinção devido a diversos fatores, sendo um dos principais, as alterações no ambiente causadas pelo próprio homem. O município de Rio Claro, no sul do estado do Rio de Janeiro, configura-se como uma das áreas mais importantes dentro do Estado do Rio de Janeiro para a preservação da biodiversidade. Localizado integralmente dentro do bioma da Mata Atlântica, possui cerca de 40% da sua área recoberta por vegetação natural, sendo o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos uma parcela importante dentro desse grande fragmento florestal. A partir de inventário de fauna pode-se conhecer a riqueza e a composição de espécies de um local e também a eventual ocorrência de espécies endêmicas. No âmbito ecológico, o inventário de fauna permite o diagnóstico da comunidade de um determinado local e fornece argumentos para a proteção das espécies encontradas, além de permitir a criação de planos de manejo, manutenção e recuperação. Visando estes fins, a proposta desse estudo é inventariar a herpetofauna (anfíbios e répteis) presente nos limites do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, elaborando assim uma lista atualizada das espécies da área e contribuindo desta forma para o amplo conhecimento da biodiversidade local. Em pouco mais de um ano de pesquisas na área do parque, foram registradas 21 espécies de repteis, sendo 12 serpentes, sete lagartos, um cágado e uma Amphisbaena (cobra-cega). Já para os anfíbios, foram registradas 40 espécies, estando estas distribuídas entre sapos, rãs, pererecas e uma cecília. Algumas dessas, tais como a Rãzinha da mata (Chiasmoclei lacrimae), classificada como em perigo (EN) pela IUCN (Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais), a Rã-do-folhiço (Ischnocnema octavioi) e a Perereca-verde (Aplastodiscus eugenioi), apresentam distribuição consideravelmente limitada, o que demonstra a importância do parque para a preservação da diversidade de anfíbios e répteis presentes nesse ecossistema.
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